Anel e colar de ouro encontrados dentro de uma caneca no Museu de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. Estima-se que os objetos tenham sido produzidos entre os anos de 1921 e 1931 – Foto: Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz/ Reprodução Facebook
O Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau, localizado na Polônia, anunciou na última terça-feira (17/05), a descoberta de joias que estavam escondidas no fundo falso de uma caneca de metal pertencente a um prisioneiro judeu. Os objetos de ouro ficaram sem serem vistos por aproximadamente 70 anos.
De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, os objetos de ouro, um colar e um anel, foram encontrados por funcionários que faziam a manutenção dos objetos guardados no Museu do Holocausto.
Acredita-se que o proprietário das joias tenha escondido as mesmas para não serem apreendidas pelos soldados alemães nazistas, que faziam a segurança do Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau.
Análises preliminares feitas por especialistas avaliam que os objetos de ouro encontrados tenham sido produzidos na Polônia, entre os anos de 1921 e 1931. Não há indicação a quem as joias pertencia.
Caneca com fundo falso pertencente a um judeu, morto no Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. – Foto: Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz/ Reprodução Facebook
A responsável pelo setor “Memorial Collections” do Museu de Auschwitz-Birkenau, Hanna Kübik, disse que as joias foram encontradas durante os trabalhos de manutenção dos objetos de cozinha, expostos na exibição principal.
“Durante os trabalhos de manutenção dos objetos de cozinha expostos na exibição principal, vimos que uma das canecas tinha um fundo falso. Ele estava muito bem camuflado, mas, devido à passagem do tempo, os materiais passaram por uma degradação gradual, e o fundo falso se soltou da caneca”, disse Hanna Kubik.
Hanna Kübik disse ainda, que os objetos estavam enrolados em um pedaço de tela, e que os mesmos ficarão sob a guarda do museu, até que seja possível identificar os proprietários, para que as joias sejam devolvidas aos seus familiares.
Especialistas acreditam, no entanto, que as joias deverão ficar permanentemente no Museu de Auschwitz-Birkenau, porque não será possível identificar o(a) real proprietário(a) das mesmas.
Em nota divulgada à imprensa, o diretor do museu, Piotr Cywinski, esclareceu que mesmo tendo se passado 70 anos do fim do Holocausto, joias ainda são encontradas escondidas pelas vítimas em objetos e/ou enterrados no antigo Campo de Concentração.
“Os alemães mentiram incessantemente para os judeus deportados aos campos de extermínio. Eles eram informados sobre reassentamentos, empregos e uma vida em um local diferente. [Os alemães] permitiam que levassem pouca bagagem. Desta forma, confiavam que dentro dessa bagagem, incluindo roupas e itens necessários para viver, encontrariam os últimos objetos de valor das famílias deportadas”, afirmou Piotr Cywinski.
Com informações das Agências France Presse e Reuters
