As mulheres e o mercado de tecnologia

Desirée Megre – DígithoBrasil - Desenvolvimento de software – Foto: Divulgação

Desirée Megre – DígithoBrasil – Desenvolvimento de software – Foto: Divulgação

Apenas um quinto dos profissionais de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil são mulheres, ou seja, 20% da mão de obra desse setor. Foi o que revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2015, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número fica muito claro no depoimento da profissional de TI Desirée Megre.

“Quando cheguei ao Mato Grosso do Sul e fui dar aula de algoritmo em uma universidade, os alguns alunos diziam: ‘Nossa, nunca vi uma mulher lecionando na área de desenvolvimento de softwares’. Na época, aquele tipo de comentário me deixou chocada”, relata Desirée, que atua nas áreas Comercial e de Análise de Negócios da empresa DígithoBrasil, em Campo Grande/MS.

Desirée Megre – Gestora de Desenvolvimento de Negócios – DígithoBrasil – Foto: Divulgação

Desirée Megre – Gestora de Desenvolvimento de Negócios – DígithoBrasil – Foto: Divulgação

Para a profissional de TI, que iniciou a carreira no Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro (IME) e onde era a única mulher do setor, fica o sentimento de que as mulheres têm que fazer sempre mais, como se tivessem sempre provar algo a mais. “Em 15 anos de carreira, nunca passei por situações de desrespeito, mas observo que ainda precisamos nos esforçar mais do que os homens para obtermos o reconhecimento profissional que desejamos”, observa.

Enquanto muitas profissões ‘inibem’ a entrada de mulheres na área, o mercado de TI parece não apenas disposto a atraí-las, mas realmente carente de profissionais do sexo feminino. Isso porque, atualmente, o desenvolvimento de soluções envolve muito mais do que a mera programação. “Trata-se também, e principalmente, da comunicação direta com os clientes e equipes, habilidade muito comum entre as mulheres. Além disso, a diversidade de gênero é sempre benéfica em qualquer ambiente de trabalho”, afirma Desirée.

Mulheres no mercado de TI – DígithoBrasil – Foto: Divulgação

Mulheres no mercado de TI – DígithoBrasil – Foto: Divulgação

Mulheres pioneiras na área de desenvolvimento:

  • Lois Haibt: desenvolvimento do analisador de expressão para o compilador FORTRAN;
  • Stephanie Seneff: criação do reconhecimento de voz por computador;
  • Grace Murray Hopper: atuação direta na formulação de linguagem que originou o acrônimo COBOL;
  • Jean E. Sammet: supervisão de especificações e design inicial do compilador COBOL;
  • Lady Lovelace: primeira programadora de computadores do mundo;
  • Adele Goldberg: colaboração na criação do primeiro sistema Windows;
  • Sister Mary Kenneth Keller: participação no desenvolvimento da linguagem BASIC e a primeira mulher a receber o grau de doutora em ciência da computação nos Estados Unidos;
  • Emmy Noether: pesquisa em álgebra abstrata que forneceu os fundamentos para a linguagem PROLOG;
  • Kathleen McNulty, Mauchly Antonelli, Jean Jennings Bartik, Frances Synder Holber, Marlyn Wescoff Meltzer, Frances Bilas Spence e Ruth Lichterman Teitelbaum: equipe que liderou um grupo de 80 mulheres, durante a Segunda Guerra Mundial, responsáveis por ajudar a programar o primeiro computador totalmente eletrônico e digital, ENIAC.

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