Embaixada da Arábia Saudita em Teerã é invadida e incendiada

Embaixada da Arábia Saudita em Teerã, capital do Irã, foi invadida na noite deste sábado (02/01) por manifestantes contrários a execução do clérigo xiita – Foto: Atta Kenare/AFP

Embaixada da Arábia Saudita em Teerã, capital do Irã, foi invadida na noite deste sábado (02/01) por manifestantes contrários a execução do clérigo xiita – Foto: Atta Kenare/AFP

Manifestantes e vândalos invadiram na noite deste sábado (02/01) a Embaixada da Arábia Saudita em Teerã, capital do Irã, em protesto a execução de um líder religioso xiita, considerado pelos sauditas e pelos norte-americanos como sendo um defensor de atos terroristas.

De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, iranianos, inconformados com a execução de 47 pessoas em Riad, capital da Arábia Saudita, seguiram em direção a representação diplomática saudita em Teerã e invadiram o prédio, incendiando-o.

Policiais iranianos foram chamados e, segundo as autoridades sauditas, demoraram a chegar. Os invasores foram retirados do edifício somente após depredá-lo.

Documentos e computadores foram destruídos, mas nenhum diplomata e/ou funcionário ficou ferido, tendo todos se refugiado em um local seguro.

A Arábia Saudita executou na manhã deste sábado (02/01) 47 pessoas envolvidas em atos terroristas, entre elas jihadistas sunitas da Al-Qaeda e o clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, que sempre foi um opositor da monarquia saudita.

A execução do clérigo xiita revoltou os árabes mais radicais, principalmente os iranianos, que decidiram enfrentar as autoridades sauditas. O Governo do Irã condenou o ataque a Embaixada Saudita, mas também condenou a execução do clérigo Nimr Baqir al-Nimr.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Jaber Ansari, disse em entrevista à imprensa local, que “Riad pagará um preço alto pela morte do xeque Nimr Baqir al-Nimr”.

“O governo saudita apoia movimentos terroristas e extremistas, e ao mesmo tempo utiliza a linguagem da repressão e a pena de morte contra seus opositores internos (…) pagará um preço alto por essas políticas”, disse Jaber Ansari.

As relações entre a Arábia Saudita e o Irã sempre foram tensas, mas até o momento as representações diplomáticas dos respectivos países em Teerã e Riad não haviam sido invadidas e depredadas.

Analistas internacionais ouvidos pela equipe de reportagem disseram acredita em uma possível retaliação por parte das autoridades sauditas, como por exemplo, o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países.

As autoridades iranianas convocaram o diplomata saudita em Teerã para protestar contra a execução do clérigo xiita. Já as autoridades sauditas também devem convocar o embaixador iraniano em Riad para protestar contra a invasão de sua embaixada na capital iraniana.

Já o grupo xiita Hezbollah, sediado em Beirute, capital do Líbano, condenou a execução do clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, afirmando ainda que ele teria sido morto porque estaria exigindo a liberdade do povo saudita, oprimido pela monarquia.

Um sobrinho menor de idade do clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, que estava com ele no momento de sua prisão, e que também foi detido, não foi executado, e permanece preso.

Com informações das Agências Reuters e France Presse

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