Sobre Feedback, Crenças Limitantes e Modelos Mentais

Stéfano Santos – Foto: DígithoBrasil

Stéfano Santos – Foto: DígithoBrasil

Recentemente tive a oportunidade de participar de um treinamento sobre feedback. Neste treinamento, despertei para algumas coisas. Entre elas, percebi que, antes mesmo de trabalhar nossas habilidades para dar e receber feedback, temos que mudar nosso modelo mental para aceitar a ideia e tornar este novo comportamento natural. Ou seja, vencer nossas crenças limitantes.

Quando acreditamos que não conseguiremos realizar algo, geralmente estamos nos boicotando, criando falsas verdades sobre o porquê de não ser possível atingir tal objetivo.

Estes obstáculos criados por nós mesmos são chamados de crenças limitantes, ou seja, crenças que estão limitando nossa capacidade de realização e geralmente estão relacionadas a alguma experiência passada. Lembra quando sua mãe dizia: “menino não diz isso”, “menina não faz aquilo”. Pois é, agora você não faz MESMO.

Mas o que isso tem a ver com feedback? Vamos a um exercício: você que ainda não dá feedback de forma natural para seus colegas, já parou pra pensar por que você não o faz? Papel e caneta na mão, escreva estes motivos. (não se preocupe, eu espero)

Terminou? Ótimo! Possivelmente saíram algumas coisas como:

Não dou feedback porque…

  • “tenho medo da reação do outro”;
  • “não vai adiantar nada”;
  • “vou perder a amizade”;
  • “a situação vai piorar”;
  • “ele não vai me ouvir”;
  • “ele vai ficar chateado”;
  • “não tenho liberdade com ele”.

OBS: Todos os motivos acima foram citados num exercício real e muitas pessoas tinham as mesmas crenças.

Você se identificou com alguma das justificativas? Percebeu agora por que você não dá feedback? Será que estas afirmações são verdadeiras?

Por algum motivo criamos essas falsas verdades em nossa mente e é exatamente isso que nos impede de agir, neste caso, dar feedbacks.

Se continuarmos com essas crenças limitantes não conseguiremos mudar nosso comportamento e a única forma de resolver isso é mudando nosso modelo mental. Tarefa nada fácil, mas perfeitamente possível.

Mas como fazer isso? Precisamos abrir nossa mente ao sermos apresentados a novas formas de ver e pensar sobre o assunto ou criar uma maneira própria e comprar esse novo modelo verdadeiramente.

Nesta vibe, apresento então duas novas formas de pensar sobre feedback:

  1. Feedback é um presente. Ao dar um feedback para um colega, estamos oferecendo um presente a ele. Como todo presente, ele vai abrir, ver se gosta e decidir se vai usá-lo ou não. Se feedback é um presente, por que eu não daria um?
  2. Feedback permite o crescimento do outro. Se eu não dou feedback, estou impedindo que meu colega cresça. Eu não quero impedir o crescimento de ninguém. O que quero é justamente o contrário. Quero estar cercado de pessoas em constante melhoria para que eu também cresça. Se dando feedbacks eu estou ajudando no crescimento de meus colegas, por que eu não faria?

Esses são os modelos mentais que eu assumi sobre feedbacks, e melhorei muito depois disso. É possível que você se identifique com algum deles, mas provavelmente você terá que procurar um que se adeque perfeitamente aos seus valores e à sua forma de pensar.

E você? Quais modelos mentais você tem e que te motivam a dar feedbacks? Deixe seu comentário e contribua para disseminação de modelos mentais mais positivos. Quem sabe alguém compra o seu.

Para finalizar, deixo aqui uma provocação para você que trabalha em equipe e deseja estar cercado de pessoas excelentes: “Sem feedback, não há times de alta performance e não se constrói um time verdadeiramente auto-organizado”.

 

(*) Por Stéfano Santos​

Formado em Ciência da Computação e com vários anos de experiência na área de infraestrutura de TI, teve a oportunidade atuar como Scrum Master onde se conectou aos valores e princípios da agilidade. Hoje, depois de 5 anos atuando como SM, foca na formação de times ágeis de verdade, DevOps e desconstrução da burocracia, na empresa DígithoBrasil.

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