De Contador a Cantador

Desfile da Escola de Samba Igrejinha em Campo Grande (MS) – Foto: Divulgação

Desfile da Escola de Samba Igrejinha em Campo Grande (MS) – Foto: Divulgação

Filantropia amor e fé

Sou Igrejinha eu trago axé

Lá vem Balut grande paixão

De um homem nobre de coração

Zahran vai ficar em nossa história

Como um menino vencedor

Tocou o sino furiosa bateria

Convocando pra folia

Nesta noite de esplendor

Grande brasileiro nascido em bela vista

A princesinha do Apa teve então o seu filho mais ilustre

Filho de imigrantes libaneses comerciantes por vocação

Sua mãe foi de encontro ao destino

Se encantou e lhe pediu um fogão

A chama da idéia que floresceu

Um bravo guerreiro movido a gás

Carrossel da alegria vou engarrafar

A chama ardente que não pode faltar

Brilhou o ouro da chama azul, a revolução

Tornou-se empresário da telecomunicação

Óleo Laila um tesouro

No cinema fez sua parte

No esporte sua dedicação

Patrocínio a um futuro campeão

Cidade de Campo Grande (MS) – Foto: Divulgação

Cidade de Campo Grande (MS) – Foto: Divulgação

As pessoas são como a música algumas tocam a nossa vida, mas tem uma especial que é nossa trilha sonora e assim esta história tem a participação de Rose Padilha, que conta em particular a história interessante e diferente do homenageado de hoje. Certo é que existe uma divergência entre os historiadores sobre a origem do violão; mas é pacificado que o violão encontrou terreno fértil em nossos sentimentos. Músicos virtuosos e são reconhecidos por seu estilo e variação de estilos. A primeira notícia que se tem vem do século XVII na região de São Paulo e que foi vendida por dois mil réis e pertencia a um bandeirante – Sebastião Paes de Barros. Já a viola encontramos o escritor Mário de Andrade citando em suas obras Cornélio Pires para quem a viola era uma companheira.

Carlos Miguel Salamene – Foto: Divulgação

Carlos Miguel Salamene – Foto: Divulgação

O homenageamos neste artigo um dos maiores violonistas de Campo Grande, que além de se apresentar na vida noturna campo-grandense, faz base para o samba enredo e participa ativamente dos desfiles da Igrejinha, a maior campeã do Carnaval da capital. E seu trabalho pode ser ouvido no samba “De sonho e trabalho um império de fez” com letra de Beto Melodia e o cavaquinho estonteante de Paulo Freire. Entretanto, sua história de vida e de luta começa bem antes em 06 de junho de 1969 foi deixado em uma caixinha na porta de sua atual família aonde ao lado de três irmãs conheceu o que é amor e dedicação. Ele ainda guarda em seu coração a ideia de conhecer algum irmão biológico que possa ter, mas não há elementos nenhum para se começar uma busca, apenas a esperança e a vontade de saber…porque?

Mas isto não tirou a vontade de viver, ao contrário ama seus pais e é muito agradecido pelo desprendimento e carinho reservado desde tenra idade e sua história pelo que se lembra começa aos dez anos quando seu pai deu duas opções uma aula de violão ou uma aula de judô. Sem titubear pulsou na veia a paixão pela música e lembra que seu primeiro professor tinha o nome de Ângelo e em seguida no próprio Colégio Dom Bosco, escola tradicional de Campo Grande continuou seus estudos com o professor Jorge com o violão herdado de sua irmã Elizabeth Salamene, que tentou aprender mas desistiu. Continuou sua saga pela música cantando no coral da escola.

A música sempre foi coadjuvante em sua vida e por isto encontrou dificuldades para ensaiar e de dispor tempo para aperfeiçoar sua arte.  Paralelamente quer se especializar na profissão de contador e assim é Carlos Miguel Salamene, pessoa que sabe que os dias de tempestade fazem valorizar os dias de sol . Sabe também que ao chamado da música ele sempre vai atender pois a saudade não envelhece com o romantismo e certamente Carlos, quanto mais enveredar pelos seus sonhos se encantar os corações dos apaixonados Deus em sua infinita sabedoria vai retribuir contemplando seus mais íntimos desejos. A música é assim, a música faz isso, vai dedilhando seus sonhos que seu porvir é grandioso.

 

(*) Articulista

Um Comentário sobre “De Contador a Cantador”

  1. elizabeth disse:

    Matéria de contador a cantador. Belíssima homenagem ao meu irmão. Parabéns ao autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo