O Hotel Havana, em Cuba, já hasteou as duas bandeiras (EUA) e Cuba) em sua sacada, à espera da delegação norte-americana. – Foto: Divulgação
Os governos dos Estados Unidos (EUA) e de Cuba decidiram nesta quarta-feira (1º de julho) reabrir as respectivas representações diplomáticas nas capitais de ambos os países, Washington e Havana, respectivamente. Este é o primeiro passo para a retomada das relações, suspensas deste 1961.
O diplomata-chefe dos EUA em Havana, Jeffrey de Laurentis, entregou ao ministro cubano de Relações Exteriores, Marcelino Medina, uma carta do presidente Barack Obama endereçada ao presidente Raul Castro, a qual trata do reatamento das relações diplomáticas entre os dois países.
Segundo o ministro cubano, os dois países podem abrir em definitivo suas respectivas embaixadas no dia 20 de julho, já que os prédios das antigas representações diplomáticas sempre permaneceram abertos, mesmo após o rompimento.
Os antigos prédios das embaixadas permaneceram abertos, mas sob responsabilidade de nações amigas, já que tanto Cuba quanto os EUA possuíam interesses comuns nos respectivos territórios.
Antigo prédio da Embaixada dos EUA em Havana, capital de Cuba, que deve ser oficialmente reaberta no fim deste mês – Foto: Divulgação
O presidente dos EUA, Barack Obama, fez uma declaração nesta quarta-feira (1º de julho), por volta das 12h15min (horário de Brasília), no Rose Garden, na Casa Branca, informando que os dois países estavam prestes a reatarem as relações diplomáticas.
Obama agradeceu o apoio do Papa Francisco e do Governo do Canadá, que juntos trabalharam para a reaproximação dos dois países, rivais durante a Guerra Fria.
Informações preliminares, ainda não oficialmente confirmadas, revelam que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, seguirá no fim do mês de julho para Havana, capital de Cuba, onde participará da cerimônia de hasteamento da bandeira norte-americana no prédio da antiga embaixada.
Antigo prédio da Embaixada Cubana em Washington, capital dos EUA, que também deve ser reaberta no fim deste mês – Foto: Divulgação
Acredita-se que o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Marcelino Medina, também deve viajar a Washington para participar de uma cerimônia semelhante.
Tanto Barack Obama, quanto Raul Castro, pretendem deixar para trás 56 anos de acusações mútuas, iniciadas quando rebeldes comandados por Fidel Castro derrubaram em 1º de janeiro de 1959 o governo do ditador Fulgência Batista, então aliado dos norte-americanos.
O acordo histórico também prevê a troca de prisioneiros. Com relação ao embargo econômico imposto pelos Estados Unidos, e a devolução do território de Guantánamo, onde fica localizado um presídio, ainda não há nada definido.
O Governo de Cuba, no entanto, pediu ao Barack Obama a suspensão imediata do embargo econômico, e disse que o retorno de Guantánamo a Cuba deve ocorrer em um acordo posterior.
Com informações das Agências AFP e Reuters
