Cineclubes apresentam olhares poéticos e diversos no CineMIS de maio

Cena do filme ‘Argento’. – Foto: Divulgação

Cena do filme ‘Argento’. – Foto: Divulgação

Campo Grande (MS) – A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e o Clube do Cineclube realizam de 25 a 29 de maio o “CineMIS Mostra Clube do CineClube”. Serão exibidos filmes com diferentes poéticas, temáticas e perspectivas sobre a contemporaneidade. As apresentações acontecem sempre a partir das 19 horas, com entrada franca, no Museu da Imagem e do Som.

O CineMIS contará com a participação de cinco cineclubes, tendo cada um deles realizado a sua própria curadoria de forma independente: Cineclube Bocacine, Cine Cênico, Transcine, Cine Muquifo e Cinema (d)e Horror. Cada um trará sua respectiva proposta cineclubista ao evento fazendo desta mostra uma atividade de reflexão e debate sobre a cultura contemporânea.

A mostra é uma oportunidade de assistir bons filmes originados a partir de diferentes vertentes do cinema regional e mundial e participar de debates com a presença de mediadores que irão conduzir reflexões acerca dos filmes apresentados.

A curadoria desse ano reúne obras regionais, nacionais e internacionais. O filme “Contra Parede” traz um olhar contemporâneo para a questão do grafite e a pichação em Campo Grande, um documentário dirigido por jovens diretores. Já os curtas-metragens “Argento” e “Subsolo” da mente são de Mariana Sena, diretora campo-grandense que tem desenvolvido um trabalho com influência surrealista.

“Rosencrantz e Guildenstern estão Mortos” é do prolífico diretor Tom Stoppard, escritor e diretor de obras para Teatro, Rádio, TV e Cinema. Premiado por trabalhos nas várias linguagens, ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, de Melhor Adaptação por “Shakespeare Apaixonado” (1998). Já “El Topo” é dirigido pelo chileno Alejandro Jodorowsky, diretor de teatro e cinema, ator, escritor, poeta e músico que tem sua obra pautada no surrealismo e é admirado no circuito alternativo de cinema.

O Clube do CineClube é um projeto coordenado pelo Cinema (d)e Horror juntamente ao Colegiado de Cinema e apoiado pelo Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul que tem por objetivo realizar um diálogo entre os cineclubes do Estado a fim de promover uma organização política deste setor cultural.

Na segunda-feira o Cineclube Bocacine abrirá as atividades do evento exibindo o filme “Contra Parede”. Após a exibição acontecerá um debate com a mediação dos diretores Gustavo Arakaki, João Marcelo Sanches e Thaís Pimenta. Na terça-feira o Cine Cênico trará o filme “Rosencrantz e Guildenstern estão Mortos”, de Tom Stoppard. Já o debate será conduzido pelos professores da UEMS Marcus Villa Góis, Cátia Codorniz e Fernandes de Souza.

Na quarta-feira o Cine Clube Cine Transcine exibirá os filmes “Argento” e “Subsolo da Mente”, com debate da sessão mediado pela cineasta Mariana Sena. Na quinta-feira será o dia do Cine Muquifo exibir “El topo”, de Alejandro Jodorowsky. Os cineclubistas Pietro Luigi e Tayran Seixas conduzirão o debate. Para encerrar a semana, o Cinema (d)e Horror exibirá o filme “Estômago”, de Marcos Jorge. Marcos Roney, acadêmico de Artes Visuais (UFMS), mediará o debate.

Cartaz do filme ‘Contra a Parede’. – Foto: Divulgação

Cartaz do filme ‘Contra a Parede’. – Foto: Divulgação

Confira as sinopses dos filmes:

25 de maio (segunda-feira) – “Contra Parede” (Dir. Gustavo Arakaki, João Marcelo Sanches e Thaís Pimenta. Documentário, 51min, 2015). Debatedores: Os diretores.

O documentário apresenta as questões da verticalização, o crescimento periférico e o desenvolvimento de uma cultura urbana com personalidade própria. A obra mostra a fala dos protagonistas silenciosos desta nova questão social. Pichadores e grafiteiros defendem suas formas de expressão, seja como arte ou protesto, e trazem um novo olhar sobre as motivações e consequências de seus trabalhos. A discussão gira em torno do vandalismo e a revolta, a depredação e o enriquecimento estético, legal e ilegal, “picho” e grafite.

CineClube Bocacine: De origem três-lagoense, estreado em 2015. A proposta da ação, organizada pelo Núcleo de Audiovisual e pelo Grupo de Teatro Identidade, é a de levar gratuitamente ao público geral uma programação fílmica de diversos gêneros e formatos, em especial, produções realizadas por cineastas de Mato Grosso do Sul.

Cena do filme ‘Rosencrantz e Guildenstern estão Mortos’. – Foto: Divulgação

Cena do filme ‘Rosencrantz e Guildenstern estão Mortos’. – Foto: Divulgação

26 de maio (terça-feira) – “Rosencrantz e Guildenstern estão Mortos” (Dir. Tom Stoppard. Drama, 112min, 1991). Debatedor: Marcus Villa Góes.

Adaptação cinematográfica da peça de Tom Stoppard, que se inspirou nos personagens shakesperianos de Hamlet. Na trama, a pedido do Rei, dois amigos de infância de Hamlet investigam se a sua loucura é real ou apenas fingimento. O Filme recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza.

CineClube Cine Cênico: Projeto de extensão desenvolvido pelo professor Góis na UEMS que visa a exibição e o debate de filmes relacionados com as práticas teatrais. Dentro do projeto do CineMIS tem o objetivo de propor uma reflexão sobre o mundo contemporâneo por meio do cinema. Em parceria com a academia são debatidas as relações entre o cinema, o teatro e a representação de diferentes referenciais teatrais.

27 de maio (quarta-feira) – “Argento” (Dir. Mariana Sena, Ficção, 12min, 2014) e “Subsolo da Mente” (Dir. Mariana Sena, Experimental, 5min, 2009). Debatedora: A diretora.

“Argento” – Transportando-se entre espaços de sonhos e sensações, uma fotógrafa defronta-se com curiosos personagens em uma jornada surreal. O filme explora o experimentalismo narrativo, buscando fugir das “soluções tradicionais” mais comuns no cinema. A experimentação do filme pretende refletir em cada espectador suas experiências e anseios, utilizando o silêncio do filme para que cada um possa incluir as falas que mais lhe façam sentido.

“Subsolo da Mente” – O subsolo da mente se refere ao inconsciente que transita entre a realidade e o sonho. O tempo passa no mesmo instante que algo não sai do lugar ou de algo que volta sempre ao mesmo lugar assim, o espectador ora faz parte do mundo real, ora faz parte de um sonho. Imagens visuais possuidoras de uma profusão criativa de ordem e desordem caracterizando possíveis sentidos e significados.

CineClube Transcine: O Cinema em Transito tem como a finalidade de desestigmatizar o Centro Comercial Condomínio Terminal do Oeste (antiga rodoviária). O TransCine prioriza filmes que partam de temas como gênero, identidade, sexualidade, autoestima, identidade, experimentais, fazendo assim com que o entendimento do indivíduo ultrapasse a mídia, fazendo do audiovisual não apenas uma representação comercial aleatória de imagens, mas sim a representação psicanalítica afetiva de gerações que constituem a opressão e o martírio de cada época.

Cartaz do filme ‘El Topo’. – Foto: Divulgação

Cartaz do filme ‘El Topo’. – Foto: Divulgação

28 de maio (quinta-feira) – “El topo” (Dir. Alejandro Jodorowsky, Ficção, 125min, 1970). Debatedores: Pietro Luigi e Tayran Seixas.

El Topo é um pistoleiro que inicia uma jornada espiritual pelo deserto. Ele é acompanhado pelo filho de 6 anos, que deve enterrar sua infância para tornar-se um homem adulto. Pai e filho viajam por um mundo sádico, onde predomina o culto às armas e ao fanatismo. É uma experiência surreal e intensa, repleta de simbolismos e imagens impactantes.

CineClube Cine Muquifo: Criado por quatro amigos com bom acervo pessoal e muita película na memória, o projeto reflete mais ou menos a ideia no nome. O conceito é não ter espaço, ser itinerante, sem endereço fixo, atingir um público grande e não limitá-lo. A iniciativa pretende ainda, depois da exibição, proporcionar um “bate-papo” sobre as produções exibidas.

29 de maio (sexta-feira) – “Estômago” (Dir. Marcos Jorge, Drama, 112min, 2007). Debatedores: acadêmicos de arte visuais.

Raimundo Nonato (João Miguel) acaba de chegar a uma grande cidade, vindo do Nordeste. Ele não tem dinheiro algum, muito menos lugar para ficar. Quando consegue um trabalho informal num boteco, começa a mostrar sua verdadeira aptidão: a culinária. Sua coxinha logo faz sucesso e sua reputação faz com que consiga um trabalho num restaurante italiano. Ele se apaixona por Iria (Fabiula Nascimento), uma prostituta que adora comer. Paralelamente, também acompanhamos seu dia-a-dia na prisão, onde Nonato é preso por um crime não-explicado – pelo menos em grande parte do filme. Lá, seus dotes culinários fazem com que seu espaço cresça cada vez mais.

CineClube Cinema (d)e Horror: É um cineclube que funciona em Campo Grande. Iniciou suas atividades em 2008 com uma equipe de acadêmicos do Mestrado em Estudos de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul que estudava a categoria “Horror” no plano da literatura e da cultura contemporânea. A iniciativa trouxe bons resultados e se expandiu do espaço universitário. Atualmente os participantes são de organizações e áreas diversas, que promovem diversas atividades voltadas ao cinema e a cultura audiovisual.

Serviço: As exibições acontecem de 25 a 29 de maio (segunda à sexta-feira), sempre às 19 horas e são gratuitas. O Museu da Imagem e do Som fica no Memorial da Cultura, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º andar.

Para maiores informações sobre a programação MIS acesse www.misms.com.br. O e-mail é mis@fcms.ms.gov.br. Telefone: (67) 3316-9178.

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