Natureza e cenário rural de MS inspiram Xavier, autor das famosas telas da Famasul

“A intenção do artista é fazer as pessoas pensarem sobre o que estão vendo, despertando a vontade de participar da pintura que transforma e acende energias que antes estavam dormentes”, relata o artista.

Luiz Xavier Lima, artista plástico – Foto: Famasul/Divulgação

Luiz Xavier Lima, artista plástico – Foto: Famasul/Divulgação

Desde pequeno o artista, Luiz Xavier Lima (59), já demonstrava habilidade com os pincéis e tintas. Ele é o responsável por mais de sete mil quadros que estão espalhados em diferentes lugares do Brasil e em países, como Portugal, Índia, Japão, Rússia, Portugal, Inglaterra, México, Estados Unidos, além da América do Sul. A maior parte das obras é inspirada no cenário rural de Mato Grosso do Sul e dois deles estão afixados na sala de reunião Afábio Trad, na sede da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS.

A ideia de ter na parede da Casa Rural imagens que simbolizassem a atividade pecuária e agrícola de Mato Grosso do Sul foi o fundador da Famasul, Sylvio Mendes Amado, que conheceu Xavier através da sua filha Sylvia, que já era cliente do artista. A primeira encomenda, em 1998, foi de uma tela de 1 metro e 70 centímetros de largura e 4 metros de comprimento.  Um retrato do homem do campo no Pantanal, a travessia dos animais no rio, além da fauna e flora, característicos da região.

No ano seguinte, Amado fez o segundo pedido. Desta vez com 4 metros de largura e 3 metros e meio de cumprimento. O trabalho nos remete a lavouras de soja, milho, irrigação e mais ao fundo os armazéns. A composição do horizonte com sombra, folhas, grãos e o céu, impressionam pela riqueza de cores e efeitos.  Cada uma das obras, levou um mês para ficar pronta.

Xavier nasceu em Lavínia, interior do Estado de São Paulo, e lá se formou em Técnico Agrícola. Em 1980, foi aprovado no processo seletivo para compor o quadro da, na época, Empaer – Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, quando foi designado para atuar no município de Bonito, Mato Grosso do Sul, associando o trabalho à arte. Só em 1982 ele transformou o dom da pintura em profissão e passou a se dedicar exclusivamente para a criação de obras primas.

O contato com a natureza despertou em Xavier a vontade de retratar o cenário rural que ele passou a conhecer e admirar. Deste então, é a inspiração dos seus trabalhos. “A intenção do artista é fazer as pessoas pensarem sobre o que estão vendo, despertando a vontade de participar da pintura que transforma e acende energias que antes estavam dormentes”, relata Xavier.

Com estilo não tão comum pra época, ainda no ano de 1982, ganhou o primeiro prêmio do Salão de Belas Artes Plásticas de MS. “Já fui criticado pela linguagem que utilizo (surrealista e clássica), mas o povo gosta de olhar a obra e interpretá-la. Entender o que o artista quer dizer com os traços e as cores. A técnica pode ser contemporânea, mas a arte é atemporal”, descreve Xavier, que já perdeu as contas de quantas exposições participou, dentro e fora do país.

Durante visita à Campo Grande, nesta quarta-feira (22), Xavier trouxe dois dos seus filhos para ver pessoalmente as telas que estão na Famasul. Xavier reside em Guaraçaí/SP e Campo Grande/MS, onde tem um ateliê, local que passa a maior parte do tempo quando está na cidade.

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