A Marinha Israelense interceptou na manhã desta segunda-feira (29/06), sem o uso de força militar, três barcos de ativistas com ajuda humanitária destinada aos palestinos que residem na Faixa de Gaza. Todas as embarcações foram obrigadas a voltarem aos portos de origem.
Em nota distribuída à imprensa, a Marinha de Israel informou que a determinação de impedir o acesso aos portos palestinos atende a Legislação Internacional. Não foi fornecido mais detalhes sobre o assunto.
“Em cumprimento à legislação internacional, a Marinha Israelense pediu ao navio, em várias ocasiões, que desviasse o rumo. Diante da recusa, os militares interceptaram e embarcação em águas internacionais, com o objetivo de impedir seu plano de romper o bloqueio marítimo a Faixa de Gaza”, diz o comunicado.
De acordo com as informações das principais agências internacionais de notícias, um dos barcos foi interceptado e abordado, e ele está neste momento sendo escoltado para o Porto de Ashdod, no Norte da Faixa de Gaza, que se encontra ocupado por Israel.
As demais embarcações mudaram a rota e seguem neste momento aos portos de origem.
Informações preliminares revelam que o barco interceptado por Israel é o Navio ‘Marianne de Göteborg’, de bandeira sueca, e que integra a ‘Flotilha da Liberdade III’, um comboio de quatro embarcações de ativistas que pretendiam levar suprimentos aos palestinos.
Na embarcação estão o deputado árabe-israelense Bassel Ghattas, o ex-presidente da Tunísia, Mocef Marzouki, além de vários deputados de países da Europa e do Oriente Médio.
O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, divulgou um comunicado afirmando que Israel teria cometido um “ato de pirataria”, e fez um apelo a Comunidade Internacional para que “saia do silêncio’ diante das constantes “violações do direito internacional” cometido pelos israelenses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em um comunicado oficial distribuído à imprensa, que os ativistas demonstram hipocrisia ao tentar ajudar os palestinos da Faixa de Gaza, considerados terroristas pelos israelenses.
“Esta flotilha nada mais é que uma demonstração da hipocrisia e das mentiras que apenas ajudam a organização Hamas e que ignora todos os horrores e, nossa região”, afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em um comunicado.
O primeiro-ministro israelense elogiou o trabalho das forças de segurança de Israel, e garantiu que todas as embarcações que seguirem para a Faixa de Gaza serão interceptadas, independentemente de sua nacionalidade.
Em nota, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o bloqueio marítimo a Faixa de Gaza não possui respaldo jurídico em nenhuma Lei Internacional, e acusa do Estado de Israel, assim como os militantes do Hamas, de cometerem possíveis crimes de guerra durante a Guerra em Gaza em 2014.
Esta não é a primeira vez que a Marinha Israelense intercepta navios que seguem em direção a Faixa de Gaza. Em 31 de maio de 2010, uma expedição humanitária terminou em um banho de sangue, depois que soldados israelenses atacaram seis navios em águas internacionais, entre eles o Navio ‘Mavi Marmara’, que transportava alimentos e suprimentos médicos aos territórios palestinos.
No ataque, 10 civis turcos morreram, fato que causou uma grave crise diplomática entre Israel e a Turquia.
Com informações da Agência Reuters e France Presse