Automóveis Clássicos: Jaguar cupê com motor de Camaro

XJ6 manteve a beleza original, só que adotou um V8 no lugar do antigo seis em linha

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

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O Jaguar XJ é uma visão rara no Brasil, ainda mais na versão cupê Anunciado no Mercado Livre. O modelo de duas portas também não é achado com tanta facilidade no exterior, foram menos de 10 mil unidades produzidas entre 1975 e 1976. Chamado pela marca de XJ-C, o cupê encontrado seria um XJ6-C 1976 originalmente, mas agora poderia ostentar a denominação XJ 327-C. É que ele foi equipado com um kit comum nos Estados Unidos, onde os proprietários de carros antigos volta e meia embutem um 5.7 V8 Chevrolet sob o capô. É uma maneira de diminuir os gastos e a complexidade mecânica, além de poderem levar o Jaguar em qualquer oficina. Mas será que o preço pedido de R$ 160 mil é razoável? Vamos ver.

Originalmente, o motor dessa versão é o conhecido seis em linha 4.2, aquele mesmo que estreeou no XK120, só que em versão ampliada após tantos anos. O anunciante não fala na potência e torque, diz apenas que o câmbio automático também é o mesmo dos antigos Camaro, porém podemos ter certeza que é maior do que os 172 cv do original. Não chega perto do nível de desejo despertado pelo ainda mais raro XJ12-C, equipado com o 5.3 V12 de 248 cv. O fato é que o oito cilindros deve manter, no mínimo, o mesmo patamar de desempenho do XJ6-C original, capaz de ir de zero a 100 km/h em 9,1 s e chegar aos 197 km/h.

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Além da adaptação mecânica, outra prova da importação direta do mercado norte-americano é o uso de para-choques maiores, para atenderem à legislação americana, que havia mudado no período. Não chega a arruinar a beleza do cupê. Dotado do mesmo entre-eixos mais curto dos XJ Série 1 (1968-1973), o inglês tem enormes portas, basicamente as mesmas portas dianteiras do XJ convencional esticadas por chapas (a solda é visível pelo lado de dentro). A ausência da coluna central dá um charme a mais junto com as colunas traseiras delgadas, enquanto a dianteira e traseira mantiveram as linhas clássicas do XJ – e isso é bom.

Embora fosse vendido como um esportivo, o negócio do XJ-C continuava a ser o conforto, com ar-condicionado e transmissão automática de série no mercado norte-americano – em outros a manual era opção e nem sempre couro ou ar vinham de fábrica. Nem podia ser muito diferente em um cupê de 4,84 metros de comprimento e 2,76 m de entre-eixos.

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Os bancos traseiros são poltronas cujo acesso é facilitado pelas gigantescas portas, mesmo que não sobre espaço para mais do que duas adultos medianos. O estofamento em couro pede por pequenos retoques. Os detalhes em madeira de raiz de nogueira parecem em bom estado. Acabamentos que poderiam ser difíceis de resolver também estão aparentemente no lugar, sem falar no rádio original.

A questão é que o próprio anunciante tem em seu site um XJ6-C original por R$ 140 mil, também nas especificações para o mercado norte-americano, motor 4.2 original e teto de vinil – o que vinha de série no cupê. Pode fazer mais sentido optar pelo original, a perspectiva de valorização é maior. Mas resistir a andar com todas janelas abertas embalado pelo gorgolejar grave do V8 é para os fortes.

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Fonte: Auto Esporte

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