Secretaria de Saúde de MS e CRO-MS se reúnem para normatizar odontologia hospitalar

Foto: Divulgação

A conselheira do CRO-MS, Silvânia da Silva Silvestre, e o presidente da Comissão de Odontologia Hospitalar, Mário Baldo, estiveram reunidos nesta quinta-feira, 30, com o secretário de estadual de saúde de MS, Carlos Alberto Coimbra, e com a secretária adjunta da SES, Gysélle Saddi Tannous, que é cirurgiã-dentista, para tratar sobre a implantação e normatização da odontologia hospitalar em MS.

A reunião foi solicitada pela Secretaria de Saúde do Estado para que possa dar início a implantação dos serviços odontológicos nos hospitais de MS. Para isso, a Comissão de Odontologia Hospitalar do CRO-MS deverá voltar a se reunir com os representantes da SES para tratar nas especificidades da atuação do cirurgião-dentista no âmbito hospitalar e normatizar a atuação e as exigências que devem ser cumpridas pelo profissional.

Em Mato Grosso do Sul existe a Lei 5.163, de autoria do deputado Lidio Lopes, que dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de cirurgiões-dentistas na equipe das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todos os hospitais públicos e privados do Estado de Mato Grosso do Sul. A nova norma foi publicada no Diário Oficial do dia 21 de março deste ano e entra em vigor em 120 dias após a publicação.

Alguns hospitais já contam a atuação do cirurgião-dentista, mas muitos ainda precisam se adequar a nova medida. A intenção também é promover um encontro com os diretores dos principais hospitais do Estado para apresentar a normatização e ressaltar a importância da atuação do profissional.

Ao contrário do que muitos imaginam, a contratação de cirurgiões-dentistas não irá onerar os hospitais. Segundo o trabalho publicado pela Revista Mineira de Enfermagem em 2013, o Cirurgião-Dentista reduz de 22,5% para 3,5% a incidência de infecção apenas com adição do protocolo de higiene oral. Também ocorre a redução de 18,7% para 9,1% a taxa de pneumonia associada a ventilação mecânica, principal causa de morte na UTI.

Outra pesquisa publicada pelo renomado Journal of Intensive Care Medicine em 2009, provou que a instituição de protocolo de cuidados odontológicos básicos, como a higiene oral, reduz em 46% a incidência de pneumonia.

Para se ter como exemplo, como a atuação do Cirurgião-Dentista na UTI pode gerar economia, apenas um paciente internado sob uso de Imipenem, um antibiótico da rotina hospitalar, em 10 dias tem um gasto de cerca de R$ 6.257,60 para o tratamento da infecção. Com a presença do Cirurgião-Dentista, cairia quase para metade o risco de infecção, uma grande economia por paciente internado em UTI.

Estudos realizados no Brasil pela Associação Nacional de Biossegurança (Anbio) trazem números alarmantes: em média, 80% dos hospitais não fazem o controle adequado. O índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19%, podendo chegar, dependendo da unidade, a 88,3%. Ainda conforme o estudo, cerca de cem mil pessoas morrem por ano em decorrência das infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país.

O CRO-MS considera uma grande conquista para a classe e para a população. O Conselho esteve trabalhando diretamente para que a Lei tornasse uma realidade.

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